quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mundano sentir....

Profana, profanação, lágrimas que escorrem
Na escuridão de sonhos e angustias
Dilaceradas na lâmina de minha alma
Perdida no tempo...

Tempo esse dum século que desconhece
O meu ser imaculado, e eis que arrebate
Com doces utopias na forma dum símbolo
Que possa gravar as linhas do desígnio...

Síndrome de um piano que lamenta
Nas notas musicais amores que se vão,
Nos corações sub humanos
De um sub mundo perdido na queda
De um pássaro de aço que não bate asas, nem palmas
Só mergulha em um oceano sem fim,
Sem retorno, sem nada...

Vestígios de algo incolor que teima
Em nascer dentro duma flor
Adormecida pela beleza natural.
E que inunda o mundo de coisas
Exactas inalteráveis de sensações.

Miopia de uma sangrenta paixão
Derramada na ferida aberta,
Na cruz esculpidas de nossos dias,
De nossas horas, de nossos foras
De nossas despedidas...

Cruel imagem de vida, ou simplesmente
Caminho turbulento de tempestades
De areia e de chuva, sem esquecer
O pomposo senhor vento.
E tudo rapta o ar de respirar....

Circunstâncias de uma transubstanciação
Elevada na divindade de um amor
Amargurado na espera que não
Tem fim, nem meio...

Nem princípio...
Que eleva a condição do coração
No seu bater de sangue.
Assim perde-se a mágoa pelo afecto.

Tristeza tragada de um dia após o outro,
De passos dados, de pegadas deixada
Nas areias sem fé,
De um momento sufocante
Onde o amor um dia reinará
Haja o que houver...

Paixão cortante de vasos sanguíneos
De ciúmes e de carinho.
Onde tudo começa e termina
Num complexo soar de afeição.

Amo-te e esqueço-te
Nas penas da minha almofada,
Onde recordo os momentos
E sinto a aflição da minha consistência....

Mesmo sem ter você por perto!!!
Junto de mim no momento.....

Dueto de Walter Cintra e Catherina

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