sábado, 21 de março de 2009

Sofisma

Sou hoje a verdade e a mentira que havia deixado
nas fotos envelhecida em cima da prateleira sem abrigo,
sou o ontem,
sou o amanhã vazio,
minha voz silenciada pelo coração partido...

Sou outrora a herdade do ser que foi partilhado
Nas pitorescas lembranças apagadas no rio,
Sou o hoje,
Sou o infinito perdido,
Em que sinto deveras musical dividido...

Sou a fidelidade desse amor que deixa mensagens
doentias espalhadas por ai,
sem raça, às vezes sem graça,
às vezes chato,
confessando a si mesmo que o amor
que sinto não tem pressa,
mas sofre com toda fúria que você sabia...

Sou a marca do sentimento deixado no mundo
Doente que não se cura a si,
Sem sentido, dose sem sorriso,
Dose aborrecido,
Orando à Luz o interior
Que invade o elo do liso,
Mas rasgando as vestes do dia....

Sou um pedaço da raiva e do carinho,
do sorriso que transformei em hino,
do caminho que sobrou dos encontros perdidos
no silêncio da casa de olhar triste
mas cheio de amor...

Sou mescla do meu próprio caminho,
Do passo que me encaminhei sozinho,
Do passado perdido nas entraves sonhadas
No passeio à margem de ser
Mas simplesmente apaixonado....

Sou aquela dor que no coração se expande
e com sorriso apaixonado sonha os melhores momentos,
as tempestades banhadas sem pressa,
o sofisma de um eterno sonhador
que só o amor da amada interessa...

Sou eu, que se apresenta em sonho
E atravessa o oceano para buscar,
As quimeras de um beijo,
O dolo de não o ter
Que só obter, reside o eixo....

Sou o namoro proibido,
o sorriso envelhecido em tonel sem abrigo,
o Adão sem sua maça,
a vontade sem barulho,
a promessa sem poesia,
por um dia melhor
esqueço que não importo a frase de efeito
que não foi dita nas profundezas do mundo...

Sou a paixão terrena,
A terna sensação de ser írene,
A união de não o ser,
A fogoça de sentir,
O dito em escrita,
Por algo sumido
Reflicto o momento de rotura
Que não se parte num simples instante....

Sou a música que toca na vitrola,
o cheiro forte de saudade onde
conto a farsa de uma vida silenciada
nas preces mal resolvida,
da saudade que ficou em uma
opinião silenciada em sua fala de fim de semana....

Sou o espelho que te vês,
O solar que te aquece
E onde fica a tua pele fria
Nas linhas do horizonte,
Da perdição de um olhar
Devoto de uma palavra oculta....

Sou a lágrima irmã de um Francisco de Assis
que não levou consigo o rosto
jovem da amada Clara de Assis,
o apaixonado que finge não se importar
com o que é dito nos olhos doente
de um cometa que segue sem rumo...

Sou o nada de uma dor
Que aparenta ser amor
Jovem que batalha assim,
Num acto de compaixão
Com o intuíto de vencer, mas
De um louco que tudo tem....

Sou um eterno apaixonado
que pendurado no nosso amor
espera no ultimo recado
à resposta que interessa
o sim que tanto busca
o encontro fatal do dia seguinte
à eternidade caçada
na mulher inundada de sentimento
por mim....

Sou a alma da água bebida
Que te embebedas com ardor
Espera por mim ferida
À porta do meu coração
O não chegou para nós
Envolvido no teu lenço de seda
Entregue por somente ti
Na minha fruta paixão,
Por um segundo....

Dueto: Catherina e Walter Cintra (brasiliadf)

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